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Amanhecer Cabo Branco

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O sol vai se soltando por trás do cabo chamado de branco, que ganha tons em ouro, de várias árvores e de algumas nuvens que parecem se juntar para servir de cortina. Elas se abrem para o espetáculo do astro-rei. Na orla, o despertar de parte da cidade em pedaladas a girar nas rodas das bicicletas, das pernas que com seus músculos avançam corpos. Tudo em banhos atlânticos de imensidão a beijar em toques mansos as areias quase desertas das primeiras horas.

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PMJP
No concreto asfalto, o cheiro do mar encontra a agitação. Naquelas horas não havia carros. Os ciclistas, os corredores, os caminhantes e ou em equilíbrio sobre as rodinhas dos patins e skates pelos espaços pré-determinados para evitar confusões e contusões. E por ali tudo misturados idades, cores, musculatura, suores, sabores, amores, músicas. O resultado é uma miscelânea de ritmos e seres diversos. Uma sinfonia de silenciosos indivíduos, juntos ou divididos, por vezes, barulhentos solitários.

Cada um com seu estilo. Uns super profissionais de corridas, com equipamentos de última geração e que custam muitos cifrões, outros mais preocupados com a disposição para percorrer distâncias. E existem os encantados com o cartão-postal que se abre ao amanhecer.

Cabo Branco vida em asas no topo das árvores, nas marias-farinhas observadoras na linha da areia, nos cães em miniaturas ou feitos gigantes em desfiles com seus protetores ou protegidos.

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Clóvis Roberto
Os estrangeiros coqueiros, que obtiveram cidadania após décadas, testemunham o movimento enquanto envergam os corpos em posição de contravento. Defesa vegetal para uma força natural. Ao término, compõem uma plástica irretocável. Dos altos postes ou galhos do coqueiral, pássaros cantam como um bom dia. Um arco de mar em poético abraçar encontros dos horizontes e céus.

Eis que os minutos saltam casas no relógio de braços e solares. O maestro sol sobe degraus simbólicos no céu e desperta a cidade com a sua quentura de Verão. As sombras se deslocam ao seguir o comando do giro planetário esférico. Surgem das garagens preguiçosos automóveis de quatro rodas com seus condutores como fios entrecortados, pouco energizados, a saírem sonâmbulos em meio ao dia.

Certeira foi a escolha de José Américo de Almeida ao optar por morar em tão belo cenário. Decerto era longe, havia outros problemas, mas o visual era perfeito para permanecer o restante da vida diante do mar. E ter a barreira de verde como vizinha dos fundos. Corretíssimo Hermano José ao insistir nas múltiplas cores e olhares nas pinturas da ponta do Cabo Branco.

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Enseada do Cabo Branco (J. Pessoa - PB)Clóvis Roberto
Cores que ocupam os espaços do novo dia naquele trecho da cidade. Tons banhados pelo mar e tocados pelo ouro solar nas primeiras claridades de cada nova circunferência terra, relógio, subjetividades do tempo. O Cabo Branco é recompensa aos olhos a cada alvorecer, é alento ao espírito ao corpo, é acolher e ser o amanhecer.

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